A voz antiga
me ronda, quer voltar.
Mas já não
sabe cantar essa voz, então se arrasta
lenta,
pesada, triste.
Carrega
memórias e esquecimentos
lamúrias
e dores
e gritos
ancestrais.
E diz
de campos de flores e trigo
que já
secaram.
Embarques,
chegadas, partidas
em
trens e navios agora fantasmas.
De
mares e rios que transbordaram.
Estradas
e trilhos cobertos
de
árvores de cipós.
O pó dos
dias embaçou os olhos e a voz se perdeu
entre
ruído e música que insistem
em
perturbar o tom
e o
ritmo original.
Dissonante
poema, que oscila entre o que não foi
e o que
se perdeu no caminho.